CÂMERA FOTOGRÁFICA
A Câmera é uma caixa à prova de luz com um orifício que possuí uma lente/objetiva, que captura a imagem no lado oposto a partir do diafragma e do obturador, fixando o em um negativo. As câmeras fotográficas do período analógico possuíam alguns formatos de uso totalmente manual, semi ou automáticas e também. Desde então houveram vários tipos de câmeras de pequeno, médio e grande formato, também chamadas de máquinas fotográficas. Algumas câmeras foram construídas especificamente para alguns usos, como: as Câmeras de Combate, reforçadas para uso em guerras; as Câmeras Detetive usadas muito na década de 1880 e que eram muito pequenas que podiam estar acopladas em bengalas, nos casacos e em outros tipos de objetos; a Câmera Estereoscópica tirava duas fotos ao mesmo tempo, mas com uma leve diferença no enquadramento, que depois de reveladas e justapostas lado a lado eram colocadas no visor estereoscópio que proporcionava a ilusão da imagem em 3D; Câmera miniatura que trabalhavam com filmes inferiores a 35mm; as câmeras de médio e grande formato, usadas muito em retratos, paisagens e pelos fotógrafos profissionais, entre outras. Há uma infinidade de modelos de câmeras que surgiram desde o daguerriótipo. Em Passo Fundo, os fotógrafos profissionais usaram câmeras de várias marcas – a Linhof (fundada em 1887), Kodak (fundada em 1882), Nikon (fundada 1917), Pentax e Olympus (fundadas em 1919), Roleiflex (criada em 1929), Yashica (fundada em 1942), Olympus, entre outros modelos. Também existia a câmera Box, ou lambe-lambe, que os fotógrafos usavam nas praças e ruas, também de forma itinerante. Passo Fundo chegou a ter 3 fotógrafos trabalhando como fotógrafos de Praça, ou Lambe-lambe na Praça Mareshal Florian, no mesmo período.
CÂMARA CAIXOTE ou LAMBE-LAMBE
Seu formato é um cubo, uma espécie de caixa simples e barata destinada aos amadores. Surge no final de 1800 e tem sua constituição com a Kodak n1. Este tipo de câmera foi fabricado por muitas marcas e países, inclusive no Brasil. De acordo com Ronaldo Czamanski, a Foto Moderna locava estas câmeras para os clientes que buscavam a câmara caixote com o filme já colocado, faziam suas fotografias e depois as retornavam para a revelação. Uma das lembranças de Ronaldo foi na Nevasca de 1965 em Passo Fundo. A Foto Moderna emprestou todas as câmeras que eles possuíam no estabelecimento. (foto dos equipamentos e das fotografias da neve)
CÂMARA DE ESTÚDIO
Eram câmeras que usavam a focagem a partir de um vidro despolido, o que tornava o foco mais difícil pois o fotógrafo via a imagem invertida, o que dificultava a nitidez da imagem. Os negativos podiam ser de vidro ou de filmes e normalmente eram de 5 a 30 cm. Como cada chassi tinham negativo para duas poses era necessário estar em um espaço de trabalho adequado para se ter a luz controlada e também um quarto escuro para organização das chapas.
CÂMARA DE MEIO-QUADRO
Câmeras que dividiam o fotograma de 35mm no meio, produzindo mais fotografias por rolo podendo produzir até 72 poses em formato vertical com um filme tradicionalmente para 36 poses. O fotógrafo passo-fundense, Osvaldo Martins, usou uma Olympus Pen para retratar os moradores e visitantes na Praça Marechal Floriano (Imagem da câmera que era dele)
CÂMARA ESTENOPEICA OU PINHOLE
Câmara que não possuí lente e que a luz entra por um orifício muito pequeno, como o tamanho da ponta de uma agulha ou alfinete. Pode ter vários formatos dependendo da escolha do objeto que vai servir de câmara, como lata de leite ou de sardinha. (foto das câmeras do acervo) O Grupo da Foto, de Passo Fundo, pensando na possibilidade de se construir uma câmera analógica construiu em uma lata de sardinha. (imagem da lata de sardiha)
CARRETEL
Equipamento em forma de carretel vazado, aonde se deslizava o filme negativo por entre hastes em um ambiente totalmente escuro. Após, o carretel com o filme era introduzido num pequeno tanque para revelação do negativo. (foto de um carretel)
CARIMBO
É um objeto que marca o papel por tinta, por chancela, marca d’água ou relevo, usado para a identificação do produtor da fotografia, seja o nome do estúdio/foto, ou fotógrafo. Ele podia estar na frente ou no verso da imagem. Em Passo Fundo se usou vários tipos. Fotografias produzidas até meados da década de 1960 usava muito o de chancela que produzia o relevo da identificação no papel. Fotógrafos como Olir Tamagnone usava muito o nome escrito direto no negativo, para que quando a foto fosse revelada, a identificação já fosse feita. O carimbo pode identificar quem produziu a fotografia ou em qual estúdio fotográfico a imagem foi revelada. É um elemento muito importante na leitura histórica da imagem, mas é preciso cuidado na identificação do produtor da fotografia, do fotógrafo em si, já que haviam muitos fotógrafos produzindo imagens para o mesmo estúdio e muitas vezes o carimbo não era nominal e só levava o nome do estúdio. Durante as épocas os estúdios/fotógrafos, atualizavam seus carimbos os modernizando ou acrescentando mais ou menos informações. Em Passo Fundo temos exemplos – quando a sociedade entre Benjamin D’Agnoluzzo e Adames se desfaz o carimbo é alterado e no caso da família Czamanski, depois que adquirem a foto moderna vão mudando as nomenclaturas de carimbo: Foto Moderna, Irmãos Czamanski, A. Czamanski. (imagem dos carimbos e assinaturas)
CARTÃO-POSTAL
O cartão-postal tem origem na Áustria. Antes dos postais terem fotografias na sua produção eram impressos apenas com textos e depois com desenhos. Em Passo Fundo, as vistas mais antigas que se tem reproduzidas de Passo Fundo foram feitas na década de 1910 produzidas pelo fotógrafo Candido Athaide D’Ávila. Em décadas posteriores também foram produzidos vistas da cidade pela Photo Moderna pelo B. D’Agnoluzzo, Ávila, Foto Íris (1930), Família Czamanski com a Foto Moderna entre outros. Os estúdios disponibilizavam as imagens dos postais para o uso em publicações como em revistas e jornais, além de venderem para os apreciadores em seus estabelecimentos e livrarias. (muitas imagens de postais, frente e verso)
CARTE CABINET
Era o estilo que a fotografia era apresentada – em um suporte de papel que variavam de aproximadamente 9,5 X 14 cm ou de 11 X 16,5 cm, onde a fotografia era colada no suporte cartão e deixando uma borda ao redor dela. A Carta Cabinet era também nomeada no Brasil de Carte Boudoir (referente as antigas salas intimas de uso exclusivo feminino no período oitocentista). No IHPF temos alguns exemplares da carte cabinet. (fotografias do acervo)
CARTE DE VISITE
Era um formato de apresentar a fotografia, onde a imagem fotográfica era colada em um cartão de papel onde a foto tinha o tamanho de 9,5 a 6 cm sob um cartão rígido de 10 a 6,5cm. A carte de visite foi registrada em 27/11/1854 pelo francês André Adolphe-Eugène Disdéri e logo se tornou moda no mundo e também no Brasil. Este formato tornou-se moda e as pessoas encomendavam para presentear com seus retratos os amigos, familiares e também os amados e amadas. Foi a carte de visite que estimulou o surgimento do álbum de fotografia, que logo se tornaria moda também. Em Passo Fundo, uma das carte de visite mais antiga é a do Coronel Chicuta, encontrada na redação do Jornal O Nacional e que hoje faz parte do acervo do Instituto Histórico de Passo Fundo. (fotografias do nosso acervo)
CASCO ou CORPO
Também conhecido como o corpo da câmera. O casco é a parte da câmera onde se coloca o filme fotográfico, onde se tem o obturador e controle de velocidade, entre outros. Parte onde a objetiva é encaixada nas câmeras profissionais. (Foto de alguns cascos)
CASSETE
Recipiente plástico com duas bobinas unidas, onde o negativo virgem, que está na bobina da esquerda, depois de exposto, passa para a da direita. Usado nas câmaras de filme 110, 126m (buscar uma imagem)
CELULOIDE
É o plástico criado na década de 1800 e que em 1888 é criado o celuloide translúcido e fotossensível, que dá origem aos negativos 35mm e depois seguem produzindo outros tamanhos. (foto de vários negativos)
CENOGRAFIA
É a técnica de montar um espaço, cenário, com objetos para fazer parte da composição fotográfica. Nos estúdios mais antigos era comum ter as balaustradas, plantas, tecidos, cadeiras, poltronas, fundos temáticos com natureza desenhada, também podia fazer parte dessa estrutura o figurino, fazendo com que as pessoas pudessem vestir roupas formais para serem retratados. Tais elementos estavam presentes nos primeiros estúdios de fotografia. Em Passo Fundo, ao chegar nos estúdios encontrava-se para as crianças. (buscar em imagens fotográficas)
CHAPA
Era a forma de chamar o suporte da imagem fotográfica que não era em rolo, podendo ser uma chapa de vidro (negativo de vidro) ou o negativo em planos de folhas individuais. (foto dos negativos do Igor)
CHASSIS
Invólucro onde fica o negativo protegido da luz que é acoplado ao corpo da câmera. Existem os chassis de filmes em rolo, filmes planos e os filmes pack. Também é como se identifica o porta negativo do ampliador. (imagem de chassis e do ampliador)
CHICOTE
A ponta mais fina do filme 35mm e que é a parte de encaixe interno no carretel da câmara.
CLARO-ESCURO
É o termo que trata da quantidade de luz e sombra na imagem para proporcionar uma dramaticidade, onde se acentua a sombra e proporciona volume aos objetos.
CLICHÊ
Espécie de carimbo (matriz), que trazia a fotografia em uma chapa de zinco, na qual a imagem era formada por minúsculos pontos e podia ser reproduzida na impressão. Muito usada para publicação de fotografias em jornais, revistas e livros. Em Passo Fundo, os jornais usavam o clichê na reprodução de fotografias, principalmente retratos dos intendentes municipais. O processo de clichagem era caro, por isso era comum a mesma imagem ser reproduzida por muitos anos, ou até mesmo décadas, por isso as pessoas importantes, como os intendentes municipais, não envelheciam nas imagens publicadas, por usarem por anos ou até décadas o mesmo retrato. (exemplo dos clichês nos jornais)
CLOSE-UP
A composição que enquadra apenas o rosto do fotografado ou parte dele. (buscar alguma fotografia para ilustrar)
COMPOSIÇÃO
É a organização dos elementos visuais dentro do enquadramento fotográfico. Dele depende a posição do fotógrafo e os equipamentos. As regras clássicas da composição surgiram com a pintura por isso, no início da história da fotografia, muitos dos que tinham o ofício de fotógrafo já eram pintores. Com a evolução dos equipamentos e das possibilidades criativas que a fotografia proporcionou, com o passar do tempo, a composição se tornou mais livre. (ilustração das regras de três terços e de iluminação
CONTADOR DE POSES
Identificação na câmara que mostra quantas fotos foram feitas no filme que está no equipamento. Normalmente fica no topo da câmera ao lado direito dela. (foto detalhe de contadores).
CONTRALUZ
Quando a fonte de luz participa da fotografia ficando atrás do modelo/objeto ou tema.
(imagem exemplificar)
CROMO É um filme positivo utilizado no período analógico muito usado em fotografias publicitárias e também na produção de slides. (foto dos meus cromos que o pai tirou)